A FILOSOFIA DE ALAN MOORE EM “BATMAN – A PIADA MORTAL – 1988”
Joker, ou Coringa, como queiram chamar, não é apenas um vilão qualquer, mas praticamente um herói para muitos. E para aqueles que ainda não conhecem ou não tiveram contato com a filosofia existencialista impregnada no vilão mais fascinante das HQ’s. Aí vai um trecho de “A Piada Mortal”.
Joker apresenta o comissário Gordon para as pessoas “bizarras” de um parque de diversões abandonado. Aquelas pessoas que estão fora dos padrões sociais e são consideradas abominações e satirizadas por nós (O homem com pelos por todo corpo, o magrelo, a gorda, as siamesas, enfim.).
Senhoras e senhores! Vocês já o conhecem pelas manchetes dos jornais! Agora, tremam ao ver com seus próprios olhos o mais raro e trágico dos mistérios da natureza! Apresento… O “homem comum”!
Fisicamente ridículo, ele possui, por outro lado, uma deturpada visão de valores. Observem o seu repugnante senso de “humanidade”, a disforme “consciência social” e o asqueroso “otimismo”. É mesmo de dar náuseas, não?
O mais repulsivo de tudo são suas frágeis e inúteis noções de “ordem” e “sanidade”, se for submetido a muita pressão… Ele quebra!
Então, como ele faz pra “viver”? Como este pobre e patético espécime sobrevive ao mundo cruel e irracional de hoje? A triste resposta é… “Não muito bem”!
Frente ao inegável fato de que a existência humana é louca, casual e sem finalidade, um em cada oito deles fica “piradinho”! E quem pode culpá-los? Num mundo “psicótico” como este… Qualquer outra afirmação é loucura!
Há os críticos que desvalorizam o que está por trás da maravilha filosófica deste texto e que nos faz pensar a respeito da vida, com a sua finitude real, com a pequena noção de que nossas afirmações a respeito de todos os nossos ideais podem não ser tão “verdadeiros” quanto pensávamos.
Acredito que seja um texto para uma boa reflexão e não para disparates intelectuais e irracionais da criticidade. Reflitamos!
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