A Teoria da Mente Compartilhada e Sincronicidade Mental é uma tentativa de demonstrar o quanto as relações mentais, sinapses (definição de Sinapse) e as causas ocorrem com uma conexão maior do que podemos imaginar. Para conhecimento, o psiquiatra Carl Gustav Jung (pronuncia-se Iung), ex-amigo de Freud (separaram-se por conflitos de fundamentação teórica), desenvolve e aborda o conceito de sincronicidade para definição de acontecimentos que se relacionam não por sua causalidade, mas através do significado ao qual ele chama de “coincidência significativa”. Você pode ler mais sobre a “sincronicidade de Jung“.
A teoria da sincronicidade mostra-nos a existência de conexões entre os conhecimentos da moderna Física e a Psicologia Analítica, em um campo fronteiriço ainda bem pouco explorado e de difícil acesso da realidade.
Carl Gustav Jung
A intenção deste artigo é abordar de forma sucinta a predominância que a relação metafísica “pensamento e causa” tem sobre as nossas vidas em detrimento da relação puramente física de “causa e efeito”. É quase que uma perspectiva junguiana, mas se diferencia em aspectos categóricos.
Para construção dessa abordagem, é preciso levar em consideração cada pensamento ocorrido durante um período de tempo (relação metafísica) e os acontecimentos que surgiram após esses pensamentos (relação física).
Porém os acontecimentos não ficam restritos apenas ao âmbito da física enquanto objetos fenomenológicos, mas se ampliam aos outros seres pensantes, ou seja, quando o pensamento ocorre na mente de uma pessoa, ele pode ser pensado quase que instantaneamente naquele que convive ou não com você. Essa relação de compartilhamento mental, demonstra de certa forma o quanto a mente pode realizar transmissão de pensamentos, como se fossem ondas eletromagnéticas ou corrente elétrica.
Pois apesar das ondas eletromagéticas e da corrente elétrica não serem visíveis, podem ser sentidas na forma de choque no caso da corrente, e transmitidas para equipamentos na forma de força e outras atribuições no caso do eletromagnetismo.
É interessante destacar que os casos analisados não são puramente empíricos, e que não há cientistas envolvidos para buscar essas percepções. Ainda são estudos teorizados e sem abordagem em larga escala. Exatamente por essa suposta “maluquez”, que resolvemos transmitir as partes mais interessantes desses acontecimentos.
A teoria se divide em duas categorias:
Relação Metafísica – referente a Mente Compartilhada
De certa forma as duas partes da teoria são metafísicas, por lidar com conceitos abstratos como a mente. Porém a respeito do “objeto” ao qual a teoria tem como finalidade, no sentido de objetivo, vemos que outro ser pensante é o objeto “afetado” e sensibilizado pela ação mental do ser ativo. O ser ativo é o que realizou a cognição/pensamento num primeiro momento.
A realização da cognição num momento anterior em relação ao outro ser, não é temporal. O outro pode ter tido o pensamento antes e expressado depois, assim como eu posso ter pensado primeiro e só depois perceber que o que ia ser falado por mim, já foi dito segundos antes, por outra pessoa.
Podemos pensar que o compartilhamento mental se dá apenas entre pessoas que se conhecem, e que por esse motivo tem interações completamente similares. Mas temos em várias culturas, escritos extremamente similares, assim como a história judaico-cristã da Arca de Noé e o Épico de Gilgamesh da mesopotâmia (atual Iraque). Lugares distintos, culturas e épocas diferentes, porém o escrito é basicamente o mesmo.
Desta forma, percebemos o quanto é relevante imaginar os pensamentos como ondas magnéticas que se propagam de uma mente para outra, e em alguns casos de uma para outra e outra e outra até alcançar culturas distintas. De maneira prática, podemos analisar nosso cotidiano e tentarmos nos sensibilizar com cada ação tomada e palavras ditas pelos outros ao pensarmos especificidades.
Relação Física – referente a Sincronicidade Mental
A sincronicidade mental abrange elementos físicos, interferidos pela ação humana. Exemplos são muito úteis nesse caso, em certos momentos podemos ficar um tempo razoável com a mente focada em nós mesmos e no que está ao nosso redor. Dentro de ônibus ou metrô o ócio toma conta dos desencorajados, mas não consigo contar nos dedos quantos casos de pensamentos (sincronicidade mental) me vieram à cabeça, a respeito de uma banda de rock ‘n roll e segundos depois ver alguém com a camiseta daquela banda, pensar em um assunto aleatório sem nenhuma relação com meu cotidiano e receber um e-mail sobre aquilo.
Enfim, são diversos casos e que deixarei bem explícito nessa frase de Jung, que resume muito do meu sentimento sobre a teoria da mente compartilhada e sincronicidade mental.
Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do “Peixe em Abril” (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho ideia de como o peixe foi parar ali.
Carl Gustav Jung
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