Antes de abordarmos sobre o tempo, deve-se relembrar que ele, juntamente com o espaço, é uma das formas puras da sensibilidade, portanto fazem parte da estética transcendental. Não sendo empírico, mas “a priori” – universal e necessário.
O tempo não é um conceito empírico, ou seja, não deriva de qualquer experiência.
Os princípios do tempo nos instruem antes da experiência e não mediante a experiência, pois não é necessário a experiência, mas a possibilidade que ela proporcionou em fazer o tempo, como forma pura da sensibilidade, ser conhecido enquanto uma das estruturas necessárias e universais da razão.
Os princípios do tempo são a sucessividade e a simultaneidade.
O tempo sucessivo é entendido como aquele que proporciona a existência a algum fenômeno, ou seja, a partir do momento em que um fenômeno nos é apresentado, o tempo impõe a sucessividade fazendo com que o fenômeno permaneça sendo o mesmo, durante um dado período temporal, ou seja, em tempos diferentes.
Não importa a mudança física, pois a permanência não está relacionada ao que é empírico, como na imagem abaixo, mas a ontologia, a existência em tempos diferentes é o que importa.
Lembrando que na imagem abaixo devemos analisar como sendo a mesma pessoa em tempos diferentes.
Não importa a mudança física, pois a permanência não está relacionada ao que é empírico, como na imagem abaixo, mas a ontologia, a existência em tempos diferentes é o que importa.
Lembrando que na imagem abaixo devemos analisar como sendo a mesma pessoa em tempos diferentes.
O tempo simultâneo é aquele em que alguns fenômenos são apresentados instantaneamente, fazendo o tempo impôr existência a mais de um fenômeno durante um só e mesmo tempo.
A imagem abaixo deve ser analisada como algo simultâneo, a existência instantânea de todos os fenômenos representados pela nossa intuição.
Portanto o tempo é a própria base existencial de um fenômeno, sem o qual o fenômeno não poderia ser. Pois Kant afirma que “Estes princípios valem, por conseguinte, como regras, as únicas que em geral possibilitam as experiências e, como tal, nos instruem antes de tais experiências, não mediante estas.”
O tempo é uma representação necessária que constitui o fundamento de todas as intuições. Somente nele é possível a realidade, a existência dos fenômenos.
Kant demonstra que “A infinitude do tempo nada mais significa que qualquer grandeza determinada de tempo é somente possível por limitações de um tempo único, que lhe serve de fundamento. Portanto, a representação originária do tempo terá de ser dada como ilimitada. Sempre que, porém, as próprias partes e toda a magnitude de um objeto só possam representar-se de uma maneira determinada por limitação, a sua representação integral não tem que ser dada por conceitos, (pois estes só contêm representações parciais); é preciso que haja uma intuição imediata que lhes sirva de fundamento.”
Quanto ao conceito de mudança e movimento Kant aborda da seguinte maneira “Aqui acrescento apenas que o conceito de mudança e com ele o conceito de movimento (como mudança de lugar) só é possível na representação do tempo e mediante esta; se esta representação não fosse intuição (interna) a priori, nenhum conceito, fosse ele qual fosse, permitiria tornar inteligível a possibilidade de uma mudança, isto é, a possibilidade de uma ligação de predicados contraditoriamente opostos num só e mesmo objeto (por exemplo, a existência de uma coisa num lugar e a não existência dessa mesma coisa no mesmo lugar). Só no tempo, ou seja, sucessivamente, é que ambas as determinações, contraditoriamente opostas, se podem encontrar numa coisa.”
O tempo é apenas uma forma do sentido interno, ou seja, uma forma pura da sensibilidade. Assim o tempo não pode ser uma determinação dos fenômenos externos, mas a relação das representações no nosso estado interno. Por isso quando o fenômeno nos é apresentado, temos a noção do que ele é, enquanto representado a nós a partir da espacialidade e da temporalidade que são internas e puras à nossa razão. Além de serem “a priori” – necessárias e universais, portanto uma base estrutural e fundamental da representação dos fenômenos enquanto nossa estrutura (espaço/tempo) é capaz de absorver ou de sentir racionalmente (sensibilidade da razão).
O tempo é apenas uma forma do sentido interno, ou seja, uma forma pura da sensibilidade. Assim o tempo não pode ser uma determinação dos fenômenos externos, mas a relação das representações no nosso estado interno. Por isso quando o fenômeno nos é apresentado, temos a noção do que ele é, enquanto representado a nós a partir da espacialidade e da temporalidade que são internas e puras à nossa razão. Além de serem “a priori” – necessárias e universais, portanto uma base estrutural e fundamental da representação dos fenômenos enquanto nossa estrutura (espaço/tempo) é capaz de absorver ou de sentir racionalmente (sensibilidade da razão).
Desta forma o tempo não é uma linha em que traçamos os períodos da história ou da humanidade, mas essa linha é apenas uma analogia que procuramos suprir pela falta de uma imagem do tempo na nossa intuição interna.
Kant: “Se posso dizer a priori: todos os fenômenos exteriores são determinados a priori no espaço e segundo as relações do espaço, posso igualmente dizer com inteira generalidade, a partir do princípio do sentido interno, que todos os fenômenos em geral, isto é, todos os objetos dos sentidos, estão no tempo e necessariamente sujeitos às relações do tempo.”
“O tempo é, pois, simplesmente, uma condição subjetiva da nossa (humana) intuição (porque é sempre sensível, isto é, na medida em que somos afetados pelos objetos) e não é nada em si, fora do sujeito.”
Por isso podemos dizer que o tempo, apesar de não ter necessidade empírica, só é objetivo quando um fenômeno nos é apresentado, devido a sua “posição” em nossa razão, ou seja, é uma das formas puras da sensibilidade, que trabalha apenas quando somos afetados pelos objetos, mas mesmo quando o tempo é afetado pelos objetos, ele é interno e não algo fora do sujeito. Portanto se nenhum objeto nos é apresentado, o tempo é subjetivo na nossa intuição interna, à espera de um fenômeno para sua atuação, mas não à espera do fenômeno para a sua própria existência, pois ele já é um fundamento da nossa sensibilidade racional. A ideia em relação à espera de um fenômeno é no que diz respeito a um fenômeno específico, pois sabemos que nos deparamos com fenômenos a cada momento em nossas vidas.
Por isso podemos dizer que o tempo, apesar de não ter necessidade empírica, só é objetivo quando um fenômeno nos é apresentado, devido a sua “posição” em nossa razão, ou seja, é uma das formas puras da sensibilidade, que trabalha apenas quando somos afetados pelos objetos, mas mesmo quando o tempo é afetado pelos objetos, ele é interno e não algo fora do sujeito. Portanto se nenhum objeto nos é apresentado, o tempo é subjetivo na nossa intuição interna, à espera de um fenômeno para sua atuação, mas não à espera do fenômeno para a sua própria existência, pois ele já é um fundamento da nossa sensibilidade racional. A ideia em relação à espera de um fenômeno é no que diz respeito a um fenômeno específico, pois sabemos que nos deparamos com fenômenos a cada momento em nossas vidas.
“E, como a nossa intuição é sempre sensível, nunca na experiência nos pode ser dado um objeto que não se encontre submetido à condição do tempo. Contrariamente, impugnamos qualquer pretensão do tempo a uma realidade absoluta, como se esse tempo, sem atender à forma da nossa intuição sensível, pertencesse pura e simplesmente às coisas, como sua condição ou propriedade. Tais propriedades, que pertencem às coisas em si, nunca nos podem ser dadas através dos sentidos. Nisto consiste pois a idealidade transcendental do tempo, segundo a qual o tempo nada é, se abstrairmos das condições subjetivas da intuição sensível e não pode ser atribuído aos objetos em si (independentemente da sua relação com a nossa intuição), nem a título de substância nem de acidente.”
Desta forma, o tempo não pertence às coisas, mas é uma forma pura da sensibilidade, é como se o fenômeno servisse de ponte para conhecermos o que há de interno na nossa razão, que nesse caso é o próprio tempo. Portanto quando lidamos com que há de interno (subjetivo) na razão, Kant chama de idealidade transcendental, que é o próprio conhecimento da nossa capacidade de conhecer, ou seja, o conhecimento do que é puro e não empírico na nossa razão.
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