O desapego pode ser a forma mais essencial de um ser humano viver livre, se pensarmos o quanto estamos apegados a todas as coisas que estão ao nosso redor, a objetos, pessoas, animais, ideologias e assim não conseguimos enxergar o outro como outro de si mesmo.
Estamos presos as armadilhas de relações que não nos dão oportunidade de evoluirmos. A partir do momento que vemos no outro, seja objetos, pessoas, pensamentos metafísicos ideológicos afins, como crenças e instituições, e não podemos mais viver a nossa vida como um ser subsistente de si mesmo, é porque chegamos ao ponto do apego maior.
O apego da não sobrevivência, o apego da dependência, o apego nos torna seres completamente enraizados em chãos que não escolhemos estar, e vivemos o que não queremos viver pelo simples fato de sermos apegados quase que geneticamente.
A melhor proposta para o desapego que já pude ter contato é oferecida pelo budismo, onde o caminho do meio, do equilíbrio e do interior próprio deve ser mais importante que o sofrimento dos apegos eternos que não nos abandonam um só dia de nossas vidas, a não ser que os abandonemos. Porém com isso sofremos, e se sofremos é porque realmente estávamos apegados, essa é a melhor maneira de descobrir o quão apegado você está a alguém ou a algo. Quanto mais você sofrer por isso, mais ligado àquilo você estava.
Não proponho a prática de nenhuma religião ou ideologia filosófica para que nos tornemos livres do apego e sejamos escritores de nossas histórias, pois a exigência a alguma prática para o desapego pode se tornar um novo apego e vício. É como o relativismo, se você crê-lo como uma proposta válida, terá que ter argumentos suficientes para desconstruí-lo, é o paradoxo da relatividade, pois crendo que tudo é relativo, a própria relatividade se tornará relativa e o “tudo relativo” pode não ser tão relativo quanto parecia, pelo contrário, pode ser o próprio absolutismo.
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